Se nos anos 20 o rádio era um brinquedo de elite, nos anos 30 ele tornou-se a maior arma política do Brasil. Getúlio Vargas foi o primeiro líder a compreender que, num país analfabeto e de dimensões continentais, o rádio era a única forma de falar com todos ao mesmo tempo.
O DIP e a Censura Vargas criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). A missão era clara: controlar o que era dito e exaltar as conquistas do governo. O rádio nacionalista ganhava força, mas a liberdade de expressão sofria. Sambas que falavam de malandragem eram censurados; exaltava-se o trabalho e a pátria.
A Hora do Brasil Em 1935, nasceu o programa que dura até hoje. Inicialmente chamado de Programa Nacional, e depois A Hora do Brasil (hoje A Voz do Brasil), era transmitido obrigatoriamente por todas as estações.
Imagine o impacto: todas as noites, no mesmo horário, o país inteiro parava para ouvir os atos do governo, as notícias oficiais e a música nacional. Foi através do rádio que Vargas anunciou as leis trabalhistas (CLT) e construiu a sua imagem de “Pai dos Pobres”.
A Integração Nacional Apesar da propaganda e da censura, o investimento de Vargas na Rádio Nacional (inaugurada em 1936) criou a primeira rede capaz de integrar o Brasil culturalmente. Pela primeira vez, o gaúcho, o nordestino e o carioca ouviam as mesmas músicas e riam das mesmas piadas.