O Grito do Ipiranga nas Ondas: O Início do Rádio no Brasil

Tudo começou numa exposição. Em 7 de setembro de 1922, o Brasil celebrava o seu primeiro centenário da Independência. No Rio de Janeiro, uma feira internacional foi montada para mostrar ao mundo que o país era moderno. Entre pavilhões e novidades, uma tecnologia chamava a atenção: a radiotelefonia.

A Primeira Transmissão Foi nessa data que os brasileiros ouviram, pela primeira vez à distância, a voz de um presidente. Epitácio Pessoa discursou, e suas palavras viajaram por antenas instaladas no Corcovado até receptores em Niterói e Petrópolis. O som era chiado, difícil de entender, mas era mágico. O Brasil entrava na era do rádio.

O Pai do Rádio Brasileiro Se Marconi é o pai mundial, no Brasil esse título pertence a Edgard Roquette-Pinto. Médico, antropólogo e visionário, ele percebeu que o rádio não deveria ser apenas uma curiosidade científica, mas uma ferramenta de educação.

Em 1923, ele fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (atual Rádio MEC). O seu lema definia o espírito da época: “Pela cultura dos que vivem em nossa terra, pelo progresso do Brasil”.

Os Rádios-Clubes No início, ter um rádio era caro. Era um item de luxo. Por isso, surgiram os “Rádios-Clubes”. As pessoas associavam-se e pagavam mensalidades para manter a estação no ar e para poder ouvir a programação. Não existiam anúncios comerciais; o rádio era mantido por idealistas e amantes da tecnologia.

Foi apenas na década de 1930, com a liberação da publicidade, que o rádio se tornaria a potência comercial e popular que conhecemos hoje.

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